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IX Kuñangue Aty Guasu

Fique por dentro de tudo que aconteceu nos seis dias de evento em Brasília

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Créditos: Scott Hill

No dia 2 de setembro, a partir das 8h (horário de Brasília), tivemos a abertura do evento com uma reza das nhandesys presentes. Iniciar os encontros com reza faz com que o dia corra bem. 

 

O tema do primeiro dia de encontro foi “Nossa voz vai ecoar em Brasília”, uma alusão aos dias de luta do Kuñangue Aty Guasu no Distrito Federal, que se iniciou no acampamento Luta Pela Vida, de 22 a 28 de agosto, passando pelo IX Kuñangue Aty Guasu, de 2 a 6 de setembro e a Segunda Marcha das Mulheres Indígenas, de 7 a 11 de setembro. 

 

Na segunda parte da manhã, os participantes se apresentaram e discursaram em Guarani no bloco “A caminhada das Mulheres Kaiowa e Guarani, dos Tekohas a Brasília-DF”. Foi um momento de muitas falas fortes e algumas denúncias. As Nhandesys reportaram a opressão que sofrem. À tarde, a Nhandesy Dona Lulu deu seu relato sobre as perseguições que vem sofrendo, incluindo ameaças contra sua vida e de queima da sua casa. “Mesmo assim [com as ameaças], o meu conhecimento tem fortalecido os meus netos. E nós, como mulheres, temos que nos fortalecer, caminhar junto. As ameaças existem em vários momentos, em todo lugar, contra as Nhandesys e contra os Nhanderu” disse ela.

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Créditos: Scott Hill

Depois acompanhamos ao vivo o segundo dia de sustentações orais sobre o Marco Temporal no Supremo. A votação no STF deve ser retomada no dia 8 de setembro.

O segundo dia da IX Kuñangue Aty Guasu teve com o tema “Parem o genocídio! Enquanto houver o som do Mbaraka e do Takuapu haverá luta!”

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Créditos: Scott Hill

A manhã começou com denúncias das agressões sofridas pelos indígenas, incluindo a tortura de mulheres já idosas. As nhandesys também prestaram homenagem às vítimas de violência. Jaqueline Aranduhá pontuou: "É um reflexo dessa sociedade racista, dessa sociedade branca, dessa sociedade que reproduz o tempo todo os discursos coloniais."

 

MC Anarandá também se apresentou com seu Rap do Feminicídio. Através da arte, a MC denuncia a violência de gênero.

Depois, o Observatório de Protocolos Comunitários de Consulta e Consentimento Livre, Prévio e Informado (UFGD/CEPEDIS) e a ONG socioambiental facilitaram uma oficina sobre Direitos Indígenas. Nela, foram discutidas as garantias da Constituição e o Marco Temporal, entre outros pontos.

 

Por fim, foi realizado o nhemongarai - o ritual de batismo. 

 

No terceiro dia da IX Kuñangue Aty Guasu, o tema foi  “Junte-se a nxs, a luta é de todxs!”, tivemos um chamado das matriarcas Kaiowá e Guarani a outros movimentos sociais e companheirxs de luta!

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Créditos: Scott Hill

O encontro começou, como sempre, com reza para que o dia ocorresse bem. Logo após os avisos, em Guarani, tivemos uma homenagem à Raíssa, menina Guarani e Kaiowá que sofreu um estupro coletivo seguido de assassinato na reserva de Dourados, MS, no final de agosto deste ano. 

Em seguida, Dona Adelaide liderou o chamado das matriarcas Kaiowá e Guarani. Ela reforçou as falas de Dona Roseli, lembrando aos jovens sobre a importância das tradições e da valorização da sabedoria ancestral das Nhandesys e dos Nhanderus.

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Créditos: reprodução (youtube)

Depois, as nhandesys compartilham do entendimento ancestral sobre as mudanças climáticas. A revolta da natureza possui na exploração excessiva karai (não indígena) o ponto de erupção. Está nos conhecimento e nas práticas ancestrais a possibilidade de contenção e cuidado com a destruição dos biomas!

 

Tivemos ainda a presença de Antonia da etnia Xokleng. A decisão do STF sobre seu povo vai afetar a demarcação de terras no país.

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No Dia Internacional das Mulheres Indígenas, o Kuñangue Aty Guasu liderou uma audiência pública internacional e o lançamento do mapa virtual - Corpos Silenciados e vozes presentes: A violência no olhar das Mulheres Kaiowa e Guarani. O mapa pode ser visitado neste website, através da página de “Projetos”, ou clicando aqui. Você também pode assistir ao lançamento no nosso facebook.

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Tivemos também mais um show da MC Anandará e a presença de Sonia Guajajara e Célia Xakriabá.

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Créditos: Scott Hill

No quinto e último dia de IX Kunãngue Aty Guasu tivemos a realização da oficina Corpos Silenciados, Vozes Presentes, que busca discutir como a Kuñangue vem enfrentando a violência contra as mulheres no Mato Grosso do Sul. Nhandesys produziram, junto com outras membras do grupo, desenhos e fotografias que refletissem o processo de resistência contra a violência e depois apresentaram o resultado. 

No segundo bloco, tivemos os encaminhamentos, considerações finais e a leitura do relatório do IX Kuñangue Aty Guasu! Também comemoramos os 76 anos da Dona Adelaide!

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